quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

bicicleta

Fui de carona com ele. Meu medo de prender o vestido preto na roda, somava-se à liberdade que eu sentia com o vento em meus cabelos. Me colocou na frente, com as pernas viradas para a direita. Deixou um dos meus braços segurando o guidão da bicicleta, e o outro quase que o abraçando por inteiro. Eu sentia seu medo em ser pego somando-se à alegria de sair dali. E dizia-me para não olhar para trás;
E por assim fomos, muito tempo depois de desistirem de nos seguir. Fomos por entre as ruas da cidade, que tornaram-se pequenas para a nossa fuga. Fechei os olhos e entreguei meu destino àquele estranho e desconhecido de camisa xadrez ;
Em meio às minhas divagações, ele me disse:
- Prazer, Beto...
- Ana! (e um sorriso)
- Então, mademoiselle Ana, onde devo parar?
- Não pare! Não quero acordar...

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