terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ai, que medo dá, entrar na água e perder toda a cor.
Que medo dá, dormir a tarde toda e se esquecer de acordar.
Olha esse medo, esse medo que dá, de assisir novela e chorar sem parar.
Ai que medo que me dá, de te dizer tchau, se for esse amor,
e nunca mais voltar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Praia...;

Saio a noite e busco nos olhares seus olhos, busco seu corpo em meus sonhos, e o sorriso que ilumina meus dias, eu encontro na lua que corta o céu com seu brilho.
Aquele sentimento que pulsa em meu peito, bate cada vez mais quando penso que não te tenho aqui do lado.
A noite é minha companheira e sabe de meus medos. Traz as estrelas e a lua pra me acompanhar na solidão.
O romantismo vem acompanhado de um chocolate quente e um cigarro.
As pessoas lá foram saem em busca de uma solidão exaustiva, de uma solidão regada a mentiras e futilidades.
as pessoas lá fora dançam, cantam, beijam, usam, des-usam, não amam.
E então, durmo sem sua presença em um colchão frio, sem seu abraço.
A noite me toma por inteira sem sua presença, mesmo sabendo que amanhã o dia começa com você.
E assim, o sol me traz sua presença física. Me aquece, me ilumina, me dá energia para continuar.
É aquele nosso novo começo, novamente. Seus beijos em meu corpo, o calor percorrendo nossos corpos,
a manhã nos arrastando para o mar. Enquanto as ondas dançam com nossos corpos, no vai e vém de nossos dias, nos embalando para esperar a chuva que irá limpar nossos corações, nos purificar.
A chuva que molhará nossa despedida. Que irá varrer o céu e deixar as estrelas surgirem, as estrelas da solidão e da saudade. As estrelas do brilho dos seus olhos que acompanham a lua que ilumina seu sorriso.
E meus dias seguem com as estrelas me lembrando sua presença, com a noite escura me lembrando nossos corpos feitos um só, com a lua lembrando seu sorriso de criança sapeca e puro. Meus dias seguem com a chuva anunciando nossas despedidas regadas a beijos molhados e corpos que não se separam.
Os dias seguem com o mar me lembrando nossa dança, nossos passos, o caminho na areia e as conchas que presenciam nosso amor, e em cada uma dessas conchas e pérolas, um plano no futuro.
Os dias seguem com o sol me aquecendo, me abraçando, me amando, dando vida. Com o sol sendo você,
presente em mim, no meu corpo aquecido, mesmo na mais fria de todas as noites.
Os dias seguem sem você, mas vou seguindo sem te deixar um momento.
E já me cansei de sair pelas ruas procurando algo que seja eterno, pois sei que se, aceitar ser meu sol, minha lua, minhas estrelas, o mar e tudo que há de belo e sincero na natureza, não serás passageiro esse amor.
Será eterno, assim como o universo, as estrelas, o mar, a areia, a lua, o sol... você, nosso amor.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Acredite...

É colorido como cada conta em meu colar. As coisas tornam-se coloridas com o seu toque, seu riso me ilumina, seu olhar me fascina. A cara de garoto malvado, não consegue esconder o coração gigantesco que existe dentro dele. De braços cruzados e pose de valente, o que há dentro daquele corpo e mente, eu sei que é amor e muito mais. Cada piada inventada, cada olhar que me deixa sem graça, cada palavra sincera. Todas as coisas indescritíveis que consigo sentir apenas aqui dentro de mim, que me enchem de vida, me enchem de brilho nos olhos, me enchem de saudades em segundos após a partida.
As ligações não realizadas que me tiram o sono de preocupação, e a leveza da tranquilidade de saber que ele continuará ao meu lado. O coração pulsante quando me liga sem esperar, pergunta como estou, diz que me curte. Se é pra mudar de time, vamos lá! Se é para ir atrás de dele, eu vou lá! Se quiser acreditar em mim, vem cá...
Eu te mostro. Eu provo. Eu sinto. Eu curto.
Você me curte... e eu amo!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Denominações.

A falta é normal e necessária. Mas ninguém sentia a 'falta' da loucura que ela expressava. Era loucura querer ser diferente das irmãs? Sair andando e não voltar? Fazer poesia com objetos? Isso é loucura?
Loucura, dizia ela, era viver em uma casa em que sua figura e representatividade masculina era um homem bêbado que batia na frágil e corajosa figura materna que ali residia. Citava ela figuras, pois após o abandono do "lar", não lhe cabia palavras tão amorosas como pai e mãe.
Amor então, foi o que ela procurou para repor a falta que sentia, culpa daquele sistema falido, denominado pela novela das oito de "família". Amor é o que procurava, e amor era a falta.
De tantos namorados, tão diferentes uns dos outros, aquele era apenas mais um, e que ela sabia que era necessária a falta, e por ser necessária tornava-se normal.
Sorte ou azar, ela lidava racionalmente com o que sentia. E o chamou de goiaba um dia. Mas a goiaba se travestiu de banana, e essa fruta ela não suportou. Imaturidade? Frieza? Loucura?
Loucura com certeza. E loucura, ela citava, é um dia errar, conhecer os abismos da confusão e tristeza, conhecer a maldade nos corações dos homens, e depois de tornar-se lúcida, se conhecer e aprender, e assim, errar de novo, e de novo, e de novo, e de novo... Aquilo era loucura. Nunca mais voltou ao "lar". E nunca mais quis saber do 'banana'.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

violão

- Eu quero aprender a tocar violão!
- Ihhhh, lá vem ela com esse papo de novo, olha lá...
- É sério, dessa vez eu quero muito.
- O que faz ser tão diferente das outras vezes que você tentou?
- É porque eu descobri que se eu virar artista, nem que seja só tocando violão, eu posso encantar as pessoas, posso ser tipo uma fada, que sai por aí jogando mágica pelo mundo. Descobri que posso voar, rir, chorar, e me apaixonar várias e várias vezes se eu for uma artista...
- Ah, que bonitinha, nossa filha já está virando uma mocinha...
- E assim também posso pegar vários "muléque" broto, né não mãe???
(...)

ensinamento

Minha avó me ensinou, que para ser mulher, tem que ser forte. Tem que gostar de se pintar e saber cozinhar. Mulher tem que ser carinhosa e uma boa mãe. Tem que ser responsável, gostar e amar seu marido, mas colocá-lo na linha. Porque, se a mulher é forte e sempre bonita, e uma ótima mãe, não tem porquê o marido deixá-la por outra. Minha avó me ensinou que nas reuniões de família, moça educada não dá sua opinião sobre temas polêmicos, ou não será bem vista pela família. E que esta moça deve sim fazer uma festa gigante quando fizer quinze anos, e depois outra quando se casar. E mesmo a minha vó, que se casou duas vezes, acredita que casamento é para sempre, e mulher sozinha é mulher triste. Minha avó me ensinou tudo isso.
Mas o melhor ensinamento dela foi ter tido minha mãe. Que depois me ensinou que mulher pra ser feliz de verdade não deve depender de ninguém. Que um sorriso sincero é melhor do que qualquer força. Uma verdade e um coração puro de rancor e ódio é melhor do que qualquer beleza mascarada de maquiagem. Que a moça não deve se preocupar com festas de quinze anos, mas com faculdade, amigos, diversão e cultura. Minha mãe enfim, me ensinou que, para ser mulher de verdade não é necessário um homem, apenas ser ela mesma, verdadeira.

salada de frutas;

- Feito suco de goiaba gelado no verão, você entra no meu corpo e o refresca.
- Affe, que comparação estranha...
- Eu gostaria de ser comparada com um suco de goiaba que sacia minha sede.
- Eu gostaria que você fosse mais romântica, é mais bonito dizer 'eu te amo'...
- Eu prefiro suco de goiaba do que dizer 'eu te amo', isso é tão comum...
- Como você é fria! Tchau...
- Eu só sou fria porque você é um suco de goiaba que entrou no meu corpo, e refrescou até demais.
- Não quero mais falar com você...
(...)
- Você não vai falar nada?
- Você disse que não queria falar comigo...
- Essa viagem vai ser "longa"...
- Como eu posso dizer que eu te amo, se nem poesia você entende?
- Suco de goiaba é poesia agora?
- Pra mim é. E quer saber, você não é mais um suco de goiaba pra mim.
- Ah, até que enfim...
- Na verdade, você está mais para suco de banana!

marca-página

- Não risque meu livro, meu querido. Guarde-o consigo e soletre pra mim, as palavras mais doces que encontrar. Não desenhe nele, nem suje. Muito menos o molhe. És meu livro e és parte da minha existência, de minhas poucas memórias. Eu estou escrita nele, assim como ele está em meus pensamentos. Meu livro foi o meu primeiro amor, e assim o será, meu único e verdadeiro amor. -

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

artista

Eu queria ser artista, e pintar os muros da cidade com o meu amor. Iria desenhar as plantas das nossas futuras casas, iria fotografar nossos filhos. Modelar nossos corpos em argila, tocar meus sonetos de amor no seu ouvido. Mas não sou artista. Não sei tocar. Não faço arquitetura.
Só sei escrever e reclamar. Disto você nunca gosta...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Uma ligação...

- O que fazer com essa saudade hein? Será que devo jogá-la fora? Numa lata de lixo qualquer na rua, esperando que algum cachorro venha e a devore, por mim, já que não posso fazê-lo... Ou devo embrulhá-la em um papel de presente tão bonito e azul quanto o céu, e colocá-la em um foguete, enviar para o espaço nesse universo cheio de estrelas, em que possam então, as luzes mais bonitas de todas as constelações, cobrir minha saudade de conforto, amor e luz, somente luz... sem sombras, sem tristezas nem arrependimentos? Devo esconder minha saudade nas minhas preces aos meus antepassados, pedindo para que guardem ela com todo o carinho que um dia já me deram e continuam me dando todas as noites? O que devo fazer com essa saudade que me mata, me sufoca, me enche de dor e de lembranças, mas que também me enche de amor e memória presente? O que devo fazer?

- Que tal uma ligação para o que te faz ter essa saudade imensa? E assim acabar com essa angústia...

- E qual é mesmo, o número da minha infância???

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

bicicleta

Fui de carona com ele. Meu medo de prender o vestido preto na roda, somava-se à liberdade que eu sentia com o vento em meus cabelos. Me colocou na frente, com as pernas viradas para a direita. Deixou um dos meus braços segurando o guidão da bicicleta, e o outro quase que o abraçando por inteiro. Eu sentia seu medo em ser pego somando-se à alegria de sair dali. E dizia-me para não olhar para trás;
E por assim fomos, muito tempo depois de desistirem de nos seguir. Fomos por entre as ruas da cidade, que tornaram-se pequenas para a nossa fuga. Fechei os olhos e entreguei meu destino àquele estranho e desconhecido de camisa xadrez ;
Em meio às minhas divagações, ele me disse:
- Prazer, Beto...
- Ana! (e um sorriso)
- Então, mademoiselle Ana, onde devo parar?
- Não pare! Não quero acordar...