Se ela pudesse, ela gritaria e xingaria os sete ventos.
Mas acordou tão disposta em uma manhã de segunda-feira, gelada e paulistana. As unhas em preto e branco, que ela inventou pintar em homenagem ao time dos domingos e quartas, carregam a xícara de café que se torna uma segunda feita para espantar o sono. Também consequência da tristeza da madrugada de domingo, regada a filmes, chocolates, pipoca e brigas.
Ah, esquece, ela diz pra si mesma, enquanto dança na cozinha com sua xícara de café ao som do CD novo do Chico Buarque. Isso o tempo cura, ele (o Chico ou o tempo?) cura tudo e todos. E se puniu uma última vez por ter sido tão ingênua em pleno aniversário de 30 anos.
Abriu a porta do apartamento, carregando um guarda-chuva pra lá de colorido, que dava cor à manhã cinza que acompanhava o negro de suas roupas. Olhou uma última vez para o apartamento.
Abriu um sorriso, e foi encontrar seu destino na vida.
Abriu um sorriso, e foi encontrar seu destino na vida.
Um comentário:
a manhã cinza precisa mesmo de um guarda-chuva colorido, de um café, um pito e uma bela canção de Amor. Vai que o Sol nasce pra nos cegar os olhos de Amor. =D Aliás, o Sol nasceu, mas deve estar meio indisposto, pois ainda está escondido sob seu cobertor de nuvens cinzas.
É de se entender, afinal, é segunda-feira. Ninguém gosta de segundas-feiras.
Postar um comentário