segunda-feira, 12 de março de 2012

o mar;



Me fecho e corro tímida contra o mar. A correnteza é forte, e eu sei que se me derrubar, eu não levantarei.
Por isso mantenho-me firme e forte. E vou seguindo cada passo de uma vez. Braços cruzados na frente do corpo e cara fechada para assustar quem me quer mal.
Mas os bons eu assusto também. Já não faz mais diferença.
Há dias, semanas, talvez meses, isso já não faz mais diferença. Minha cara fechada ou sorrindo, não faz mais diferença. Porque as andorinhas seguem seu voo sem incomodar as gaivotas. E a minha intenção é seguir adiante sem incomodar ninguém. 
E me esqueço que de braços cruzados, não levanto meu voo. Continuo presa no chão, na areia, no mar.
As ondas vão e vêm, com um ritmo gostoso de quando você fazia parte da minha rotina.
Eu foco em mim. Me inspiro. Fecho a cara, e sigo.
Meus anos de inocência e voo livre se foram. Sobrou a penugem velha e desgastada... Me sobrou eu, pra mim. 
Sozinha. Olhando o mar, e todos que nele se perdem...
e todos que voltam. 

Um comentário:

Luiz O. disse...

Você podia abrir os braços
Negar sua natureza seletiva
Você podia se deixar abraçar
Mesmo sem mover um músculo
Você podia olhar ao redor, no chão
Pois o céu não te pertence
Você não tem asas!
Mas isso já não faz diferença...