quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sol e Chuva



É que quando a saudade bate, meu amigo, não tem pra onde correr, não tem pra onde fugir, muito menos tentar se esconder. Ela pode te alcançar em qualquer lugar. Na rua, na escola, carro, ônibus, a pé.
Mas o lugar preferido dela te achar, é a noite, no quarto. Saudade impiedosa, essa. Não há razão que a impeça.
Quando ela bate, não liga para classe social, cor da pele, gênero, religião ou time de futebol. Ela bate e não avisa antes.
E não adianta amigo, escuta o que eu te falo, não adianta você tentar fugir, ela não vai te deixar. E vai doer sim se você não matá-la. Ela vai sugar suas memórias, te desviar em cada lugar dos seus pensamentos, para você só pensar nela, na saudade. Vai doer no peito se você não se livrar dela.
Tem dias que ela vem, bate e vai embora rápido, tem dias que ela persiste até você se tocar que precisa fazer algo. E ai daqueles que não possuem a sorte de matá-la com uma simples ligação. Ai daqueles que não podem acabar com essa angústia com um abraço.
É que a saudade anda se aproveitando dessa coisa besta da sociedade de impedir que os outros se deixem ter saudade ou permitem que os outros a matem com um sorriso. A saudade sabe disso, e se aproveita pra doer nos homens e mulheres. 
Ela anda muito apressada, dolorida, cruel. Saudade anda solitária nesses dias estranhos de sol e chuva. 
Coitada.

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