quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Enjôo de Amor?

Enjôo do amor. Enjôo daquela coisa amor.
Não do amor em si, nem de amar, mas de se falar, discutir, filosofar amor.
O amor da vida não se expressa apenas no amor do oposto. O amor da vida tá ali, posto, exposto, cru, curado. Tem amor desde que nasce, amor no que se faz, e principalmente amor no que não se faz.
Amor em ficar deitada, nua, olhando pro céu, em uma janela de estrelas, tragando o último cigarro do maço amassado. Amor em escrever cartas que nunca serão enviadas, mas que expõe em palavras, pequenos sentimentos de raiva e desespero. Amor em se emocionar ao ver algo que machuca, algo que dói, e aquilo que é a certeza de que não mudará. O amor da vida de chorar uma música besta e infantil, de rir com a música mais bem preparada e produzida.
É o enjôo de chorar pitangas cada coração partido, de sorrir luas e estrelas a cada coração curado.
Mas não enjôo de amar, de dizer-se amada, de amar ele, aquele, esse, o meu, ele.
Mas é que o amor é muito mais que um "amor".

É abrir os olhos, é criar um gato, é tomar sorvete, engasgar com água. Ver um filme, escutar uma música deitada na grama, tomar um tombo no mar.
Amor é bom dia com hálito amanhecido, risada envergonhada, palavras eróticas no ouvido.
Amor é briga com família pela batata-frita, é carregar no colo o filho da sua amiga.
Amor é mais do que amor. Amor é solidão, é companhia, e raiva consigo mesma, e vaidade na frente do espelho.
Brigadeiro em dia de chuva, e queijo quente na padaria.
Amor é acima de tudo, o café após o almoço, aquele que acorda, que desperta, esquenta, e mesmo fazendo mal em excesso, são os minutos de felicidade que ninguém pode tirar de si mesma.

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